Ainda menino, fui operado ao apêndice. Na primeira vez que voltei a andar na rua, ainda dorido mas sem que isso fosse exteriormente visível, uma velha apressada deu-me um encontrão, à saída da missa. Foi a vingança da beata, que por uma vez estava em melhores condições que o jovem.
Mais crescido, num período em que estava mergulhado numa depressão muito profunda, um professor dirigiu-se a um grupo que ficou para lhe fazer perguntas: "há alunos que se acham muito inteligentes. Pensam que não é preciso ter atenção nas aulas, só que depois apanham uma surpresa no segundo exame. A nota do primeiro não garante nada". O homem, que me fitava directamente nos olhos enquanto dizia isto e se referia apenas a mim, não imaginava que para mim a dificuldade já não era estar atento, mas sim viver. Era-me impossível controlar a ansiedade e dor que sentia, quanto mais pensar em definições e demonstrações.
Mais crescido, num período em que estava mergulhado numa depressão muito profunda, um professor dirigiu-se a um grupo que ficou para lhe fazer perguntas: "há alunos que se acham muito inteligentes. Pensam que não é preciso ter atenção nas aulas, só que depois apanham uma surpresa no segundo exame. A nota do primeiro não garante nada". O homem, que me fitava directamente nos olhos enquanto dizia isto e se referia apenas a mim, não imaginava que para mim a dificuldade já não era estar atento, mas sim viver. Era-me impossível controlar a ansiedade e dor que sentia, quanto mais pensar em definições e demonstrações.
As aparências enganam. E se é fácil dar por ela quando a fazem a nós, imagino a quantidade de vezes que seremos elefantes nas lojas de porcelanas alheias...
2 comentários:
Correcto.
Tenho muitas vezes esse tipo de pensamento.
É que coisas que para mim não têm qualquer importância - são às vezes fundamentais para outros.
E não sou muito sensível a essas diferenças.
Depois, desfaço-me em desculpas - mas o mal está feito.
Zé Ribeiro.
Por mais sensível e atento que se seja é sempre possível cair nesses erros. Mas a culpa não é nossa, a sério... eu n tenho culpa de n ser omnipotente (se alguém souber como se alcança esse estatuto por favor divulgue!).
Após a gargalhada ao ler a história da vingança da beata, que daria um excelente filme do Manelito de Oliveira, comecei a pesnar nas inumeras vezes em que posso ter feito a dita figua de elefante na loja de porcelanas. Mas depois conclui que as pessoas que me são realmente importantes têm a hombirdade de me chamara atenção quando procedod e forma incorrecta. Todos aqueles que não me corrigem das duas uma, ou n têm uma relação cmg (logo n me interessa assim tanto) ou n se sentem à vontade p me chamar a atenção e neste caso não ha nada que possa fazer... Desculpem mas sou humano. (dizem!)
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