6.3.06

Dignidade

Diz que ainda não consegue deixar de falar comigo. Que precisa de o fazer até poder cortar contacto. Admite que me está a usar. Pergunto-lhe porque devo permitir que me desrespeite dessa forma. Responde que eu é que tenho de decidir, como se isso fosse algum tipo de resposta.

Nunca antes me tinha deixado pisar desta forma. Não há pedacinho da minha dignidade que não ostente as marcas das sapatilhas dele. A questão é que quando me meto uma, é até ao fim. Já nem é uma questão de ele merecer ou de eu aguentar. Desde há muito que apenas considero a melhor forma de o ajudar, independentemente dos custos para mim. Ao mesmo tempo, porém, tenho o dever - que tenho negligenciado - de ter respeito por mim mesmo.

A menos que ele me dê alguma chance, vou ter de assumir a ruptura total e absoluta. Que, já admitiu, é o que ele quer, a prazo. Quando lhe der jeito.

Sim, sou mesmo totó. Mas é uma questão de princípios (e, cada vez mais, de bom senso).

10 comentários:

Anónimo disse...

será melhor começares a pensar mais em ti... E não, não é egoísmo, apenas um pouquinho de amor próprio!

/me disse...

Olga, acho que por respeito e carinho. Trata-se da única pessoa que permiti entrar a fundo da minha vida, e apesar de o ter desaproveitado a toda a linha, de um modo catastrófico, para mim ele será sempre alguém com quem um dia pensei construir uma vida a dois.

Por outro lado, eu comecei a escrever este blog pouco depois de termos acabado, e ele era o meu tema mais relevante. Tinha de ser destacado.

Depois, ficou, também por uma questão de coerência. :)

Mas tenho pensado se não havia de tirar o negrito... Se calhar é mais um passo que tenho de dar para avançar com a minha vida. É simbólico. Posso eu avançar e o negrito permanecer, ou uma exclui outra?

Quando se acaba uma relação, qualquer minudência ganha relevo. :D

Anónimo disse...

Ai, ai: não me atrevo a comentar coisas tão confusas.

( E, sobretudo, conhecendo só a versão de um lado. )

Tanta pergunta cujas respostas são essenciais para fundamentar um comentário ...

( Mas não respondas! Pensa só. )

Qual a diferença de idades?

Qual a diferença de maturidades?

Quem teve, a priori, como consequência dos seus inabaláveis princípios éticos, expectativas altas ( "construir uma vida a dois" )?

Seria a altura das expectativas legítima, tendo em conta o parceiro?

Quem rompeu quando, na sua opinião, as expectativas não se concretizaram?

Quem ficou mais magoado?

Que pode significar "a menos que ele me dê alguma chance"?

Ai, ai, não me atrevo, não me atrevo.

( E não fiques chateado pela falta de "solidariedade" - mas é que a coisa não é mesmo nada clara para mim. )

Zé Ribeiro.

/me disse...

Eu teria a mesma posição que tu, ZR. Até porque em qualquer questão, há dois lados. :)

Por outro lado, não posso responder a todas essas perguntas. Já desabafei, é certo que ao abrigo da anonimidade, um pouco demais. De resto, não perguntas nada em que não tenha já pensado.

Expectativas altas tivémos os dois. Cedo ajustei as minhas, mas não deu. Não rompi quando elas não foram concretizadas (nalguns aspectos). Há muitos caminhos para chegar a Roma.

Quanto a quem ficou mais magoado, acho que não é uma pergunta muito boa. Porque pode-se magoar por querer e sem querer, e há quem lide com a dor e quem se mergulhe nela.

"A menos que ele me dê uma chance" significa que gosto dele e quero dar-lhe a minha amizade, caso ele corresponda (não necessariamente em pé de igualdade) e não procure somente usar-me.

dcg disse...

O pouco que te conheço leva-me a pensar que se estás a agir assim e a permitir que esse caminho de desenvolva, é porque é o deve ser feito.
A tua situação com ele, as tuas ideias, frustrações, falsas expectativas, ilusões, parecem-me resolvidas. Da parte dele não sei. Mas acredito que só lhe faz bem continuar a ter-te por perto. Desde que isso não se torne demasiado desgastante para ti. Mas estou certo que se essa situação surgir, saberás identificá-la.

/me disse...

Obrigado pela confiança, dcg. :D
Mas sabes, duvido que lhe faça bem ter-me por perto. Independemente do que eu faça ou deixe de fazer...
Custou-me chegar a esta conclusão, mas parece-me que é mesmo assim. E se aprofundar esta certeza, agirei em conformidade.

Vítor Mácula disse...

Bem, bem, olha, antes à toa e indeciso por amar do que certo e a direito (para onde, caraças?) sem amar... Bem, bem 2, não faço a mínima do que acabei de dizer na relação com o que relatas, mas caraças2, quem te manda espetar para aqui intimidades?... :):):) Minudências e lugares comuns?!!! Pois, não há nada de mais banal e comum a todos que o amor e a morte, a ligação e a separação... e calo-me, caraças 3.

Abraço 1000 e tantos.

/me disse...

O beijo e a palmada são necessariamente por esta ordem?
Tia kinky. :P

Ah, e "o menino" diz que é escorpião. :P

Anónimo disse...

Escorpião?
:) Os escorpiões são fixes!!!
Quando nos chamamos tótós a nós próprios, é sinal que ainda temos algum insight, e que as coisas não estão assim tão mal...

Vai ficar tudo bem, quando? Ninguém sabe... Mas que vai, vai

aequillibrium

Mr Fights disse...

ntes de mais eu sou só o Mr Fights (não confundir com o Mr Right de que a Tia Loira fala).

Depois já te conheço há muito tempo e sei que és quase masoquista por vezes no sentido de fazeres o que deve ser feito e não exclusivamente o que é melhor pra ti. Por isso já sabes que estou sempre aqui quando precisares.

Abraço