Cada manhã que passa, ao olhar ao espelho, tenho mais dificuldade em reconhecer a cara que se entrevê entre as olheiras. Já as tomo por adquirido, agora que me desabituei a dormir 8 horas por noite. Felizmente, o meu gosto por eufemismos permite-me encarar toda esta situação na desportiva; até penso que ganhei personalidade. Isto de ter uma cara fresca qualquer um consegue, agora aquelas olheiras é obra. Sinto-me orgulhoso, portanto.
Nestes preparos de encontrar o fio do pensamento, na altura feito em novelo anárquico e emaranhado, acabei por me atrasar um bocado. Lancei-me à bicicleta e asinha asinha, que temos pressa. Senti então pena que esta expressão esteja a cair em desuso. Aliás, tal como a pergunta "por quem sois?". Esta era avançada para mais para o seu tempo; numa altura em que não havia Benfica, Porto e Sporting, ficava sempre sem resposta, mera retórica avant guard. É curioso que agora que a expressão teria todo o cabimento não a usemos mais.
Nestes preparos de encontrar o fio do pensamento, na altura feito em novelo anárquico e emaranhado, acabei por me atrasar um bocado. Lancei-me à bicicleta e asinha asinha, que temos pressa. Senti então pena que esta expressão esteja a cair em desuso. Aliás, tal como a pergunta "por quem sois?". Esta era avançada para mais para o seu tempo; numa altura em que não havia Benfica, Porto e Sporting, ficava sempre sem resposta, mera retórica avant guard. É curioso que agora que a expressão teria todo o cabimento não a usemos mais.
Finalmente, cheguei à conclusão que é muito feia a palavra barriga quando comparada com ventre ou regaço. E que temos de incentivar o uso da palavra vil. Há muito então que fazer na nossa língua. Asinha asinha, senhores leitores e amigos, trabalhemos nisso! Peço-vos a todos que sugiram outras palavras a necessitar de alguma reabilitação. Desde já, o meu obrigado!
6 comentários:
Tenho um amigo meu que também gosta de ver olheiras. Diz que é consequência do viver.
:)
1) Gosto dessa, de "ter uma cara fresca qualquer um consegue", mas de as olheiras serem "obra" e de te fazerem ganhar personalidade. Assim, antecipas já o que vais pensar quando uns sulcozitos permanentes, vulgo rugas, começarem a formar-se.
2) "asinha, asinha" é lindo, não é? E vem sempre assim, aos pares. Pensaremos em asas?
3) "avant garde" ou mesmo "avant-garde". É puramente francês.
4) "barriga" e "ventre" têm utilizações específicas. Pensa no Conde de Abranhos, quando o desembargador sogro do Alípio surge e um colega diz "Aquele ventre que ali vem é o Amaro"; se utilizasses "barriga" estragavas o efeito de solenidade associada a um desembargador. Mas, se estás com um amante na cama, não puxas de um toalhete Nívea para lhe limpares o ventre; limpas-lhe a barriguinha ou a barrigota.
5) Não tenho o Moraes à mão, mas acho que "regaço" é outra coisa. Com os braços formas o regaço em que embalastes os teus filhos, embalarás os teus netos e todas as crianças - se lá coubessem.
6) Não, por favor, não incentivemos o uso da palavra "vil"; ou, no mundo em que vivemos, não ouviríamos outra coisa: vil, vil, vil, vil, vil, vil, ...
Zé Ribeiro.
Há por aí tantas a merecer reabilitaçäo... Assim, de repente, estou a lembrar-me de "antanho", "outrossim", "engalfinhar", "pensabundo" ou a minha preferida: "moenga", täo alentejana e täo expressiva: "Tal näo está a moenga, hä?!"
Meu caro amigo, quase todas as da tradição cristã, das quais realço as de "pecado" e "redenção". (Isto é que foi puxar a brasa à minha sardinha bloguística!;)
Bolas que isto da pressa:
Abraço!
Qual a sua graça?!!!! :P
Por quem me tomais?!!!! :D
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