Assim do nada, lembrei-me de uma amiga que decidiu chamar Zé ao cão.
Zé, anda aqui, Zé, onde te meteste? Larga isso, Zé!
Era comum ficarem várias pessoas a olhar para ela, com ar insultado. Outro amigo, ao perguntar-se-lhe a idade, arredonda-a sempre para cima, quando faltam menos de 6 meses para fazer anos. Diz ele que é mais preciso.
Finalmente, há um blogger de parabéns. Imaginem que fez anos e não disse nada a ninguém! Isso não se faz! Os anos sim, mas a outra parte não.
Não é propriamente o caso, mas pessoas há que não celebram os aniversários próprios, apesar de encararem com muita alegria os alheios. Uma espécie de modéstia envergonhada, diria eu. Mas é preciso alegrarmo-nos com as nossas coisas para darmos justificação aos outros de se juntarem a nós. Não nos alegremos só pelos outros, mas também por nós. É uma forma de altruísmo.
9 comentários:
1) Em casa de meus pais, havia uma cadelita preta e felpuda, uma Serra d'Aires. Baptizei-a de Tatra Maria Vasculho e foi o Diabo! A minha avó materna, que se chamava Maria Felicíssima, não aceitou que a bichinha tivesse o mesmo nome dela e da mãe de Jesus. Se reencarnou no mundo islâmico, deve estar a queimar uma bandeira da Dinamarca.
2) Tem o teu amigo toda a razão. Já as amigas arredondam sempre por defeito, às vezes de anos. Palavra que nunca percebi porquê.
3), 4) Compreendo perfeitamente essas pessoas. Não tenho nenhum problema com a minha idade, 55, e gosto de fazer anos - mas embaraçam-me os parabéns. Não sei porquê.
Zé Ribeiro.
1) Em casa de meus pais, havia uma cadelita preta e felpuda, uma Serra d'Aires, que eu baptizei de Tatra Maria Vasculho. Foi o Diabo! Minha avó materna, que se chamava Maria Felicíssima, não aceitou que a bichinha tivesse o mesmo nome que ela e a mãe de Jesus. Se reencarnou, deve ter sido lá para o Médio Oriente e deve estar entretida a queimar bandeiras.
2) Tem o teu amigo toda a razão. Quanto às amigas, é um lugar comum afirmar que arredondam sempre por defeito, às vezes de anos. A minha experiência confirma o lugar comum.
3), 4) Compreendo tais pessoas. Não tenho nenhum problema com a minha idade, 55, e gosto muito de fazer anos ( se gosto! ). Mas embaraçam-me os parabéns: tenho sempre vontade de me meter num cantinho à espera que passem.
Zé Ribeiro.
Eu tenho vindo a arredondar a minha idade para os 30 desde os 25... Espero assim cair nessa idade com menos impacto... Sim, já sei que é uma idiotice, mas os aniversários e as passagens de ano são as únicas festas a que dou importância. São como marcos, ciclos que se acabam para dar início a outros e momentos propensos à reflexão e auto-análise. Por isso, os 25 soam-me tão... "bicudos"!! Imagino esta idade como o cume de uma montanha afiada, o vértice a partir do qual se desce (sem ofensa, Zé! O 55 é um número muito bonito! Como o 44, por exemplo, ou o 22... hmmm!... eheheh).
E estou quase a fazer os 28......
(...admito que tenho um slight problem com a idade... call me futile...)
Enoch's on a countdown
O teu amigo tem toda a razão, o que a contece é k não está a dizer a idade dele mas sim a idade actuarial que é usada inclusivé em algumas áreas (especialmente nos seguros)
Bom... antes Zé que Manel! :)
Bom, eu sou José Manuel, pelo que, chame-se o cão Zé ou Manel, é meu, muito meu, mais que vosso. Por isso intimo-vos: Deixem o bicho em paz.
Quanto ao Enoch e as idades:
A sério, pá: não é de ter problemas com a idade.
É um facto que o cume das capacidades físicas se atinge aí pelos 25, como dizes.
Inicia-se então um período de declínio lento, muito lento, dessas capacidades físicas, que pode ser disfarçado pela experiência crescente.
Aí pelos 50, o declínio físico acelera-se e a experiência já não permite disfarçá-lo. ( Trabalho em Matemática e isto é absolutamente claro: já não tenho a capacidade de insight que tinha e os conhecimentos acumulados já não se mobilizam como dantes para ajudar. )
Mas se tiveres cuidado com a vida que levas, alimentação, exercício físico, ginástica intelectual, extinção do stress, brincadeira, alegria, ... vais vivendo bem e recebendo e dando muita coisa.
Claro: não trabalhas como trabalhavas ( aguentava 12 horas de concentração, hoje 4 ), não corres como corrias ( era meio-fundista, hoje jogger ), não fodes como fodias ( aqui os olhos delicados de alguns leitores não serão ofendidos com a comparação de scores ).
Mas podes divertir-te à brava.
Ná, não me importo nada de estar a envelhecer.
( E mesmo que me importasse: achas que isso alterava as coisas? )
Não penses em termos de countdown. Goza, sem magoares os outros e sem te magoares a ti. Aliás, se possivel, ajudando os outros. Se não for, não os magoando.
E, na passagem final, há um provérbio basco aplicável: morre bem quem viveu bem.
Zé Ribeiro.
jribeiro@uevora.pt
Enoch:
Desculpa, mas ontem tinha muita coisa entre mãos ( não; sê sério por uma vez na vida ) e li o teu comentário em diagonal. Só hoje me apercebi dos 55, 44, 33, 22.
Claro que estas coisas são estrictamente simbólicas. Se fosse só nestas idades, ( não ) estávamos bem fodidos.
Constato que paraste em 22; estou inteiramente de acordo.
Tens, de facto, a slight problem com a idade, homem, porque podias ter contado para cima, 55, 66, 77, 88, 99.
Daqui para a frente, confesso-te que estou perplexo. Não porque os intervalos aumentem - bah, que importãncia tem isso ...
Mas tenho na vida algumas regras ( pessoais minhas; não pretendo que sejam gerais ). Uma é que sexo é desporto para pares ou, necessidade obriga, individual. Mas prometo-te que aos 111 mudo de opinião.
( A propósito, tu na altura terias ... deixa ver ... 84. Com o progresso da Medicina, deves estar vivo. Um pouquito trôpego, mas vivo. Eu depois telefono-te a marcar. Vai deitando o olho a possíveis parceiros. )
Um abraço,
Zé Ribeiro.
Ai ai! Este blog é para toda a família e animais de estimação!
Não serve para combinar orgias ou outros deboches. Mesmo que estejam marcados para daqui a mais de meio século. :P
AH AH AH!!
De facto, melhor que o 11, só o 111! Quando chegarmos a essa idade, falamos. Suponho que nessa altura não nos podemos permitir ser esquisitos, eh eh eh! :-)
Enoch
PS.: Não me vou alongar nisto mas apenas comentar que o meu slight problem com a idade não reside exclusivamente na degradação física. É que para além disso está todo um conjunto de coisas -- de expectativas/obrigações -- que vêm empacotadas com a idade, como a situação laboral, "familiar" (no sentido amplo do termo), financeira... E por aí fora...
Talvez volte a postar --ui, comentar!-- para explicar isto melhor.
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