A ternura permanece nos seus olhos enquanto os lábios exibem um sorriso maroto. Respondo mordendo o lábio inferior. Os meus olhos não fingem; sorriem em pleno. Descomprimo a boca devagar, tento reprimir que seja depressa demais. Ele faz uma careta e rio-me finalmente.
A cara dele aproxima-se, mas retiro a minha antes que se toquem. Puxa a minha cintura para ele, já sério, mas o meu sorriso é ainda provocante. Agarro-lhe o cabelo e faço cara de mau. Agora ri-se ele e contagia-me. É difícil ficar sério quando se gosta assim de alguém.
Puxo-lhe o cabelo para trás e ele puxa mais a minha cintura. Fecha os olhos. Roço os meus lábios nos dele, enquanto deixo escorregar a minha mão pela sua cara. Ele tenta beijar, mas vou-me escapando a cada momento.
Mordisco-lhe os lábios e toco-os com a língua. Enfio a outra mão por debaixo das calças dele, sentindo o fim das costas. Fecho finalmente os olhos e deixo-o beijar-me no momento certo. Um segundo mais e teria ouvido os seus protestos. É um jogo, esperar o último momento, sofrer um pouco aumenta o prazer.
Entrelaçam-se as línguas e puxamo-nos um para o outro. De dois corpos se faz um, numa empenhada luta de eliminar qualquer espaço entre nós. Lambo-lhe a língua enquanto se sincronizam os corações e puxo-o ainda mais. Sinto-o e sinto-me impaciente, quase animal, quero-o morder, fazê-lo mais meu, possuí-lo mais e mais e mais. Magoa a forma como me agarra, tanta força. Abro os olhos e vejo-lhe o ar animal. Quer-me como eu o quero.
19.12.05
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1 comentário:
Cada vez gosto mais de passar por aqui e ler o que por aqui se escreve...
Estás de parabéns...
Como já te tinha dito, trata de guardar os teus escritos que... nunca se sabe!:)
Cris*
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