O meu amigo João (nome inventado) tinha um amigo chamado Tiago (nome inventado) que lhe pediu 500 euros emprestados. Devolvo-tos para a semana, disse o Tiago. Passou-se a semana, e outra e outra, e o João acabou por precisar dos 500 euros. Pediu então ao Tiago que lhos devolvesse, se pudesse. O Tiago disse que sim, mas do dinheiro nem vê-lo. Então, o Tiago deixou de falar ao João.
Pergunta-me o João: afinal o que se passou? Se não tinha o dinheiro, porque é que me deixou de falar em vez de simplesmente explicar que não podia pagar nessa altura? Por 500 euros destruiu a nossa relação de amizade. Como é que uma pessoa que conheço há tanto tempo é capaz disso?
De facto, é difícil de entender. Mas penso que talvez se explique assim: o Tiago até pode ser boa pessoa. Pode ter um conjunto de princípios e valores muito firmes. Mas, a partir do momento em que transgrida uma vez os seus próprios princípios, que fará? Dará a mão à palmatória, admite que caíu e volta a levantar-se ou faz uma fuga em frente?
Claramente, foi a segunda opção. Pode nem ter deixado de ser óptima pessoa, mas quando não consegue agir segundo as próprias expectativas enfia a cabeça na areia.
Pode nem ser verdade, mas é a explicação que me ocorre.
13.12.05
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